Quando se pensava que já se tinha visto de tudo na política nacional, eis que surge mais um caso escabroso para animar as campanhas eleitorais, acentuar a desconfiança nos políticos e perceber as estratégias caluniosas da direita para vencerem estas eleições a todo o custo.
Nada que me surpreenda, uma vez que há muito que um candidato a primeiro-ministro não era alvo de tantas calunias, injurias e ataques pessoais, como o actual primeiro-ministro José Sócrates.
O que parecia um mero caso de Verão, sem sentido, não comentado por Belém, transforma-se agora num prenúncio de crise de Estado.
O que não passavam de suposições, vem agora a ser confirmado, pós noticia do DN…com a normal apatia do PR, sem respostas e deixando a suspeição no ar…sugerindo a possibilidade de haver escutas em Belém, a pedido do governo.
De Agosto até à manchete do Diário de Noticias, muito se tem especulado.
O facto do título já ser sugestivo e fazer todo o sentido, vem naturalmente confirmar que o caso das escutas, não passou de uma manobra de entretenimento que colocou em cheque o governo…e até mesmo o PR.
Vantagens???
Politicamente, sabemos bem quem tiraria vantagens deste escândalo, só MFL, e a sua mitigada politica de verdade, mais cinzenta já que os seus cartazes, poderia vir a facturar com a suspeição à volta deste caso, que como se vem a saber, até por Tolentino Nóbrega foi considerado paranóia do presidente e do seu assessor Fernando Lima.
Muito mais do que isto, a gravidade é intrínseca.
O PR comprometeu-se demasiado, deixando o clima de suspeita arrastar-se desde Agosto até agora.
Todos os factos apontavam para Fernando Lima, assessor de imprensa e homem de confiança de Cavaco Silva.
O seu “modus operandi” é desde inicio desajustado.
E com um só objectivo, criar uma manobra de distracção usando a Madeira (porque será?!) para disfarçar as alegadas suspeitas de Belém, sem de algum modo comprometer o PR, ou a si mesmo.
Cumpre agora questionar a ética e o profissionalismo deste senhor, na verdade, se houvesse reais suspeitas do gabinete do PR, não era decerto a comunicação social o meio mais idóneo para aferir da veracidade dessas suspeitas.
Cumpre agora questionar a ética e o profissionalismo deste senhor, na verdade, se houvesse reais suspeitas do gabinete do PR, não era decerto a comunicação social o meio mais idóneo para aferir da veracidade dessas suspeitas.
O que me leva a concluir que a lógica seria mesmo criar uma noticia que colocasse em causa as relações de S. Bento e Belém.
É ainda inadmissível que o PR tenha hesitado e demorado o tempo que demorou a resolver um assunto tão gravoso como este.
Amizade? Protecção a Fernando Lima?
Poderíamos novamente especular…
«Do não quero comentar…ao tomarei as devidas diligencias no pós eleitoral…»
Por favor, não sejamos ingénuos. Em Agosto a questão da estabilidade eleitoral nem sequer se colocava, e a atitude do PR foi igual, ou seja, nenhuma.
Não é isto que os portugueses precisam.
É altura de retirar conclusões e não podemos de modo nenhum abster o comportamento da máquina laranja neste processo.
No fundo, o PR não quer comprometer as eleições? Ou não quer comprometer MFL? Tal como não quis comprometer Fernando Lima??
Afinal, tomou diligências ou não?
O que levou neste momento após declarações no sentido supra citado, à demição de Fernando Lima....
É caso para dizer...
«Escutas a quanto me obrigas»
Num estado de direito democratico não se pode permitir situações deste genero.
É isso que aqui está em causa.
Decerto que não é esta maquina laranja que os portugueses querem à frente dos destinos do país.
A escolha parece-me cada vez mais fácil.